Braima Turé

Ajudou a abrir poços para haver água limpa e ensinou os Agentes de Saúde Comunitária

Nasci no tempo em que a Guiné-Bissau era uma pérola, tinha muito futuro, era muito reconhecida e visitada. Sempre quis viver afastado de questões políticas e de intrigas. Aprendi o ofício de alfaiate para me distanciar da vida militar que era o destino da maior parte dos homens, principalmente no tempo da luta pela independência. Mas, o destino trocou as coisas, pois acabei por ser alfaiate do exército.

Depois veio a independência da Guiné-Bissau e quando as pessoas pensavam que iam finalmente ser donas do seu país não conseguiram avançar e tudo piorou ainda mais com a guerra de 1998. Depois da guerra a AMI surgiu na Guiné-Bissau numa época em que as pessoas estavam a viver muito mal, não havia comida, os campos estavam abandonados, não havia material para fazer a lavoura e também não havia dinheiro para comprar arroz. Sem médicos e sem medicamentos as pessoas estavam doentes.

Àquele tempo sobrevivi porque me mantive de alma livre de maus pensamentos, de rancores. Sou talvez o homem mais velho da Guiné-Bissau porque mantenho o meu coração limpo. Esse é o segredo para viver 116 anos. Bons sentimentos, não se meter na vida dos outros. Se for preciso, se estivermos doentes, tomar um medicamento também ajuda, mas se não for preciso não toma essas coisas só por tomar.

A AMI trouxe cuidados médicos para as comunidades que estavam isoladas, em S. João, em Buba. Começaram a ajudar as pessoas a voltarem a semear as lavouras, com sementes e ferramentas. Ajudou a abrir poços para haver água limpa e ensinou os Agentes de Saúde Comunitária, como o meu filho, a cuidar da saúde das pessoas.

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