Enfermeira Lourdes Baptista

Voluntária da AMI

Podia falar-vos sobre muitas experiências e contar-vos muitas histórias em missão com a AMI, mas uma das que mais me marcou foi em Moçambique, quando me cruzei com um grupo de 4 ou 5 criancinhas, a caminho do hospital em Manga Nhaconjo (na Beira). Uma das crianças, que não teria mais de 5 anos, dirigiu-se a mim e perguntou-me como eu me chamava e o que é que eu fazia.

Eu respondi-lhe que me chamava Lourdes, que era enfermeira e que trabalhava no hospital. Não satisfeito, ele perguntou-me de onde é que eu era. Quando lhe disse que era de Portugal, e confirmei perante mais uma interrogação que esse país ficava muito longe e que eu viera de avião, ele perguntou quando é que eu me ia embora. “Daqui a alguns dias” – respondi – E ele olhou-me nos olhos e, muito confiante, afirmou: “Não vais, não vais.”

Eu expliquei que tinha que ir, que estava em Moçambique para ajudar, mas que teria que voltar para a minha casa em Portugal. E perante estas palavras – e isto comoveu-me imenso – ele agarrou-se às minhas pernas e disse que eu só podia ir embora quando toda a gente estivesse tratada e curada. Deixou-me sem resposta na boca e de lágrima no olho, e as quatro crianças abraçaram-se às minhas pernas, como que a reiterar o apelo para que eu ficasse sem data de partida.

Esta foi uma das histórias que mais me marcou e que ficará comigo para sempre.

Enfermeira Lourdes Baptista, Voluntária da AMI

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